
Com a chegada de 2017, é hora de apresentar a nova onda de produtos “2016”. A Microsoft lançou diversos produtos, como: SQL Server 2016, Família System Center 2016, Office 2016 e, o nosso foco neste artigo, o Windows Server 2016.
O Windows Server 2016, pela primeira vez em muitos anos, não foi lançado de forma simultânea com sua versão cliente, o Windows 10, lançado em 2015. De fato, os produtos são muito distintos em funcionalidade. Este ano de diferença do lançamento da versão cliente permitiu amadurecer muitos conceitos de nuvem e incorporá-los ao produto servidor.
O Windows Server 2016 é o sistema operacional da Microsoft “pronto para a nuvem”. Quando falamos em “nuvem” para o Windows Server 2016, nosso principal foco é a nuvem privada. O produto incorporou muito do aprendizado da nuvem pública, o Microsoft Azure, e trouxe muitas funcionalidades para que empresas de qualquer tamanho possam beneficiar-se do aprendizado de construir Datacenters de grande escala.
O produto está carregado de novas funcionalidades e nosso objetivo aqui é ajudá-lo a identificar as principais:
O Nano Server é uma versão ainda mais compacta do já conhecido “Server Core”
Com ele você consegue colocar no ar um servidor Windows em poucos minutos, com uma imagem 25 vezes menor que a instalação completa do produto. Esse tamanho reduzido traduz-se em ganhos de desempenho e segurança. Instalando apenas o mínimo necessário para executar os papéis suportados, você reduz a área de superfície de ataque, a quantidade de espaço em disco e memória utilizada, e a necessidades de atualizações.
Com uma instalação de Nano Server, você pode executar os seguintes papéis: Hyper-V, “Containers”, servidores de arquivo, “Cluster”, DNS e IIS.
Toda versão do Windows Server traz grandes avanços na plataforma de virtualização da Microsoft e, com o Windows Server 2016, isso não é diferente.
Algumas melhorias:
Máquinas virtuais blindadas: Esse recurso aplica uma chave “bitlocker” na máquina virtual, protegendo-a de invasões e cópias não autorizadas. Mesmo que um invasor ou administrador tenha acesso ao disco virtual e o copie, ele não conseguirá montar ou colocar a máquina virtual no ar sem a chave “bitlocker” que somente o Hyper-V de origem conhece.
Adição e remoção a quente de placas de rede e memória: Agora você pode adicionar ou remover placas de rede e memória RAM com as máquinas virtuais em execução.
Aumento de escalabilidade em relação ao Windows Server 2012/2012R2: Até 24 TB por “host” (6x), 512 processadores lógicos por “host” (1,6x), até 12 TB (12x) por VM e 240 (3,75x) processadores virtuais por VM, veja a tabela comparativa com seu antecessor:
Performance e escalabilidade | Win Server 2012/2012 R2 Std e Datacenter | Win Server 2016 Std e Datacenter |
Suporte à memória física (host) | Até 4 TB por servidor físico | Até 24 TB por servidor físico (6x) |
Suporte ao processador lógico físico (host) | Até 320 LPs | Até 512 LPs |
Suporte à memória da máquina virtual | Até 1 TB por máquina virtual | Até 12 TB por máquina virtual (12x) |
Suporte ao processador virtual da máquina virtual | Até 64 VPs por máquina virtual | Até 240 VPs por máquina virtual (3.75x) |
Fonte: https://www.microsoft.com/pt-br/cloud-platform/windows-server-comparison
Com o aprendizado de rodar Datacenter gigantes no Azure, a Microsoft incluiu uma funcionalidade revolucionária no Windows Server 2016: Storage Spaces Direct (SSD). Com o SSD você pode criar armazenamento definido por software, usando servidores padrão e discos locais! Sim, você leu corretamente. Não há necessidade de comprar ou ter um “storage” para que você possa criar ambientes altamente disponíveis e performáticos; apenas discos locais e cabos de rede Ethernet.
Claro que, para ter desempenho de um “storage” de mercado que custa milhões de reais, alguns requisitos são necessários: Os servidores precisam estar conectados com placas 10 GbE com RDMA, de dois discos SSD e ao menos quatro discos padrão conectados com uma placa HBA. Com uma configuração relativamente barata é possível atingir até um milhão de IOPS!
Com esses requisitos, o resto é com o software. O Storage Space Direct cuida de criar alta disponibilidade, caches e demais funcionalidades necessárias para a entrega de desempenho e disponibilidade. Para expandir o ambiente, basta adicionar novos servidores.
Além do SSD, o Windows Server 2016 melhora várias características já existentes, tais como deduplicação, Chkdsk, SMB 3.0, entre outros.
Como o espaço é pequeno, procuramos demonstrar as mudanças mais relevantes do produto. Há muito mais: segurança aprimorada, melhoras na pilha de rede, “containers”, “Active Directory“, melhor suporte à Linux no Hyper-V, ReFS, replicação de armazenamento…
A lista não para.
Aproveite para acompanhar a série de artigos que nossa equipe está preparando:
• Windows Server 2016: Novos aspectos de segurança
• Nano Server: Como o Windows Server 2016 está transformando a virtualização
• Vida nova para Gestão de Serviços a partir do Windows Server 2016
• Reduzindo custos e aumentando a segurança com o Armazenamento do Windows Server 2016
• Como sites estão sendo otimizados no IIS dentro do Nano Server do Windows Server 2016
• Redes automatizadas com Windows Server 2016
• O que mudou na forma de licenciar o Windows Server 2016
Sem dúvida o Windows Server 2016
é o mais ambicioso sistema operacional
de servidor jamais criado!
Aproveite!
CARLOS FERSURA
Tecnólogo em Processamento de dados pela PUC-RJ. Foi professor de Assembly pela mesma instituição. Fez MBA pela FGV-RJ. É Engenheiro de Sistemas e especialista em diversas tecnologias Microsoft com mais de 28 anos de experiência. É empresário há 20 anos e Diretor na Dinamio.